segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

It Might Get Loud


Hoje é dia de botar para fundir. Cinema+Rock'n'Roll = Imagens fantásticas com barulhos alucinantes.

Trata-se de um documentário dirigido por David Guggenhein (Uma verdade incoveniente) intitulado A todo volume (It might get loud -2009).

Na tela, temos a reunião de Jimmy Page(Yardbirds e Led Zeppelin), Jack White (White Stripes, Racounters e Dead Weather) e por fim the Edge (U2), que durante as filmagens vão falando um pouco sobre a história do rock, seus jeitos de tocar, suas técnicas, estilos, qual é o relacionamento que eles desenvolveram com o instrumento tão único, que é a guitarra. Podemos dizer que temos em mãos, uma aula de música, estilo, influências,técnica e da maior qualidade que se pode encontrar.

O curioso é que nos deparamos com três gerações de guitarristas, cada um com seu estilo de tocar, que mais diverso, impossível. Acredito que a grande sacada está justamente nesse ponto.

Nos deparamos com Jimmy Page, a lenda, o virtuoso, o dinossauro, com suas raízes enterradas no blues e no rock. Mostrando sua infância com a guitarra, a influência do skiffle e o nascimento da paixão. Sua passagem pelos Yardbirds (com Eric Clapton e Jeff Beck), sua carreira bem sucedida como músico de estúdio e a fundação do Led Zeppelin. Page é certamente o Riffman, com uma técnica apuradíssima, uma velocidade incrível, limpo como uma fonte. É certamente uma figura ímpar.Jimmy Page é o clássico, é a lenda.

Em seguida temos Jack White, o experimentalista, minimalista, criador, inquieto. Certamente foi Jack White quem me chamou mais a ateção neste documentário. Demonstrando suas raízes nas músicas do Sul dos EUA como o blues, o country, até mesmo o jazz. White se demonstrou que não está para brincadeira e possui uma técnica apurada. Mas além de todas as qualidades e dos riffs penetrantes, que cortam como uma navalha, Jack White foi o que soube demonstrar melhor como a guitarra mudou sua vida. Certamente é o mais poético e perturbado dos 3, e talvez por isso, tenha me chamado mais a atenção. Ele diz que tocar guitarra é como entrar numa briga com ela, e quanto mais desafinada, mais torta e de pior qualidade é a guitarra, melhor é a briga.

Por último temos o tecnológico The Edge. Não podemos dizer que seja um virtuoso, técnico, impactante como os dois anteriores. Porém, The Edge é certamente uma grande influência e um grande nome da guitarra. o documentário mostra como ele foi o primeiro guitarrista a tocar de maneira texturizada, como ele estuda e conhece as mais altas tecnologias, trazendo efeitos para a guitarra que substituem de maneira muito boa a falta de virtuosidade(quando comparamos com Page e White). The Edge mostra como transformar um riff simples em algo mais apetitoso. Sempre acompanhado de seu engenheiro de som, podemos dizer que ele é o amigo nerd da turma. E acredito que, apesar de considerar outros tantos guitarristas superiores a The Edge, que sua participação no documentário é indispensável.

Aumente o volume e aperte o play.


Destaque para a primeira cena, na qual Jack White tira um som de uma corda de aço, 2 pregos, uma garrafa de vidro, 2 tocos de maneira, um captador dos mais rudes e um amplificador. Quem disse que você precisa comprar uma guitarra???Ele indaga.

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